quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Entrevista com Diego Moraes


- Pra começar, quem é Diego Moraes?
- Sou faixa preta 2 graus de Jiu-Jitsu, tenho um centro de treinamento na Ilha do Governador com 300 alunos e seis academias que representam a Team Moraes pelos EUA. Hoje dou seminários para exercito, SWAT, policia e praticantes de JJ na América. Treino alguns lutadores do UFC. Desenvolvi alguns projetos, como Team Moraes nas escolas, explicando a ligação das artes marciais com a educação e projeto Social que dura seis anos ensinando JJ para crianças carentes. De títulos tenho hoje no currículo três medalhas em mundiais, campeão pan-americano, 3x brasileiro entre muitos outros.

- Como você começou no esporte?
- Meu tio sempre foi um apaixonado pelo JJ, começou a treinar na primeira academia Gracie no Rio de Janeiro com o mestre Hélio Gracie e por influencia dele, meu pai, meus tios e toda minha família começou a treinar JJ, meu irmão Daniel Moraes começou a se destacar muito cedo e hoje é 5x campeão mundial, vendo o sucesso do meu irmão e por gostar muito segui o mesmo caminho.

- Quem foram suas influências, seus ídolos?
- Meu pai e irmão foram fundamentais para eu seguir na carreira, devo tudo a eles e meu maior ídolo dentro do esporte, sem duvidas é o mestre Hélio Gracie, muita gente gosta de MMA e JJ e não conhece muito bem a história dele, se hoje existe essa febre foi por causa desse homem, que com apenas 60 kg desafiou todo mundo e provou a eficiência do Gracie Jiu Jitsu pelo mundo e com base nisso seu filho mais velho, Rorion criou o UFC.

- Em qual momento da sua carreira você se sentiu mais realizado?
-Todos os títulos são muito legais, todos tem um sabor de dever cumprido e que o treino duro deu resultado, mas o que me deu mais orgulho foi meu primeiro UFC como corner, tive a difícil missão de treinar um grande nome do UFC, classificado com top 5 da categoria, Scott Jorgensen, que enfrentaria um faixa preta de JJ com mais de 15 finalizações no currículo, difícil pelo fato do Scott ser muito famoso no meio e ter como ponto fraco nunca ter treinado JJ na vida, seria uma luta dura, card principal e com Georges St. Pierre fazendo a luta principal. (GSP é numero um de vendas pay-per-view, na frente do nosso campeão Anderson Silva) E a tarefa mais difícil era a minha, em dois meses fazer meu atleta neutralizar o jogo de chão de um faixa preta muito bom. Minha estreia foi a melhor possível, Scott lutou os três rounds no chão, mostrou muita confiança nas defesas de finalizações e venceu com tranquilidade a luta. Na entrevista pós luta ainda em cima do octógono, ele agradeceu a mim pela estratégia e pela vitória, sem duvidas foi o ponto mais importante da minha carreira de treinador.

- Como você começou a treinar atletas do UFC?
-Já treinava com vários atletas de MMA, ajudando na preparação e nos treinos, como Urijah Faber e sua equipe, num desses treinos conheci o Scott Jorgensen e recebi o convite de ir para EUA ser o coach dele, lugar certo na hora certa. Hoje a Team Moraes, representada por mim e meu irmão, treina vários atletas do UFC como Scott Jorgensen, Alan Belcher, Erik Koch, Anthony Petis, Pascaul Kraus e do Bellator como o campeão Ben Askren e o ex-campeão Joe Warren.

- Como é a preparação de um atleta para a luta?
- Atletas de alto nível ficam praticamente o ano inteiro treinando, porque estão em época de luta ou ajudando os companheiros. Geralmente em um período de três meses anterior a luta, começa o camp focado na luta, treinando especificamente para o adversário, estratégia que irá ser seguida e com mais seriedade.

- O que é o MMA hoje e que papel desempenha os brasileiros no esporte?
- Hoje é o esporte que mais cresce no mundo, as pessoas estão começando a entender que é um esporte, tem regras. Todos os atletas fazem uma bateria de exames antes e depois das lutas, tem acompanhamento médico, antes, durante e depois das lutas, são extremamente preparados. Já os brasileiros são considerados um dos melhores no esporte, temos grandes nomes como Wanderlei Silva, Minotauro, Vitor Belfort e muitas outras pessoas que ajudam a popularizar o esporte pelo Brasil e pelo mundo.

- Tem alguma curiosidade ou história engraçada para dividir?
Meu tio é um grande amigo, fã numero um e foi patrocinador do Vitor Belfort por muitos anos, meu primo morou com Vitor em Las Vegas, eles tem uma ligação muito próxima. No UFC Rio III que será dia 13 de outubro, Vitor foi escalado para enfrentar um dos nossos alunos, o americano Alan Belcher, que vem de vitória impressionante sobre Rousimar Palhares, o Toquinho. Isso causou um clima estranho e engraçado na família, meu tio pedindo pra gente não ensinar muita coisa para nossos alunos e fazendo muitas perguntas do seu jogo, mas tudo em tom de brincadeira. Infelizmente a luta não vai ocorrer porque o Vitor saiu do card para enfrentar o Jon Jones e nesse mesmo card nosso outro aluno Erik Koch iria enfrentar o Jose Aldo pela luta principal, mas sofreu uma lesão no joelho e teve que ser retirado do evento. Tivemos um azar muito grande nesse card, estávamos nas duas lutas principais e acabamos de fora.

- E para finalizar, você poderia analisar a recente luta entre Jon Jones e Vitor Belfort?
- Jon Jones a cada luta se mostra mais maduro e estrategista, fazendo a luta certa para vencer, sem duvidas um dos atletas mais difícil de lutar na atualidade. Todos os possíveis desafiantes do peso 93 kg não aceitaram enfrentar o campeão pelo pouco de tempo para preparação, Vitor que vem da categoria de peso abaixo, já estava treinando e teria a chance de disputar o cinturão. Essa luta caiu perfeitamente para ele, não tinha nada a perder, acho que Vitor se saiu muito bem, chegou muito perto de finalizar, o que ninguém nunca fez. Acertou bons golpes, resistiu ao castigo, se mostrou um verdadeiro guerreiro.





terça-feira, 20 de novembro de 2012

Dana White para lutadores: 'Se vocês recusarem uma luta, eu vou contar'


O presidente do UFC, Dana White, acredita ter encontrado uma forma de diminuir o que ele considera um dos maiores problemas do MMA no momento: a grande quantidade de recusas de lutas por parte dos atletas. Para impedir que essa prática continue crescendo, o dirigente decidiu que tornará públicas todas as recusas de lutas que seus atletas fizerem.


- Se vocês recusarem lutas, eu vou contar que isso aconteceu. Você pode até recusar uma luta, mas pelo menos vai ter que admitir que fez isso - disse White ao site "MMA Mania".
SporTV.com/Combate: as últimas notícias do MMA e UFC
O recado teve endereço certo: o peso-pesado francês Cheick Kongo, que teria recusado duas lutas em sequência, uma delas contra Roy Nelson na final do TUF 16, após a lesão de Shane Carwin, que seria o rival inicial de Nelson..

- Ele recusou uma luta. Não importa se a oferta foi feita com muita ou pouca antecedência. Ele recusou-se a lutar - disse Dana White.
Através de sua conta no Twitter, Kongo desmentiu Dana White.
- Eu NÃO ME RECUSEI A ENFRENTAR Roy Nelson. Eu me recusei a ACEITAR UMA LUTA COM POUCA ANTECEDÊNCIA. NÃO É A MESMA COISA - postou o lutador.
Após a coletiva oficial do UFC 154, Dana White disse aos repórteres que o medo de perder motiva os atlettas a se recusarem a lutar.
- Recusar lutas é normal para caras que se preocupam em perder, caras que acham que vão ser derrotados. Ou você é um lutador ou não é. Um lutador vai para a luta e arrisca tudo que tem. Se ganhar, ganhou. Se perder, vai para o fim da fila. Esse é o negócio em que eles estão. Se você recusa uma luta, está recusado - finalizou White.

domingo, 18 de novembro de 2012

O campeão voltou! Georges St-Pierre vence Condit e reina nos meio-médios


  Nos momentos mais difíceis, quando tudo parece conspirar contra, um grande campeão reúne forças e supera cada um dos obstáculos que aparecem pela frente para mostrar que ele, sim, é o número um. Após 19 meses de ausência por conta de uma delicada cirurgia de reconstrução do ligamento cruzado anterior do joelho direito, o canadense Georges St-Pierre teve de superar um longo período de recuperação para encarar um dos maiores adversários de sua carreira: o americano Carlos Condit. E, na sua cidade de adoção, diante da sua torcida, o campeão mostrou que é digno de ostentar o cinturão unificado dos meio-médios do UFC ao conquistar uma vitória épica por decisão unânime dos juízes (49-46, 50-45 e 50-45).

Georges St-Pierre festeja a vitória épica sobre Carlos Condit no UFC 154 (Foto: Getty Images)
- As pessoas falam sobre o título, mas eu dou o crédito a Carlos. Ele foi meu adversário mais duro. Por favor, palmas para Carlos Condit. A sensação do octógono, da luta e do público me fizeram falta. Eu senti falta de tudo. eu sei que Anderson Silva está aqui, mas eu só quero falar sobre Carlos Condit agora. Quero pensar mais sobre minha carreira, para ter certeza de que tomarei a decisão correta. Vou falar com meu empresário. Sobre a luta, eu não vi o chute de Condit vindo, eu vi um borrão e fui atingido. O que você não vê é o que é mais perigoso. Muito obrigado a todos pelo apoio. Eu lutei por vocês, que me deram a oportunidade de viver uma noite tão especial - disse St-Pierre, ainda no octógono.
Mesmo decepcionado pela derrota, Carlos Condit não deixou de elogiar Georges St-Pierre pela vitória.
- É um grande elogio vindo de um grande campeão. Foi uma honra lutar contra um cara como Georges em Montreal. Ele conseguiu me levar para o chão, e eu não consegui sair deles. Quando meu chute o acertou, eu achei que iria vencer a luta. Talvez eu consiga numa próxima oportunidade - disse Condit após a luta
Com o resultado, St-Pierre não só reunifica o título da categoria, como também aumenta para dez o seu número de vitórias seguidas no UFC. Já Carlos Condit sofreu sua sexta derrota na carreira, tendo interrompida uma série de cinco triunfos consecutivos.
A luta

O primeiro round começou com St-Pierre dominando o centro do octógono, cercando Condit, mas evitando arriscar qualquer ataque mais ambicioso. Condit mantinha a postura conservadora, aguardando a iniciativa do canadense para tomar uma decisão. Ao som de mais de 20 mil vozes, St-Pierre conseguiu levar Condit para o chão e, bem ao seu estilo, foi tomando conta do combate, ainda que na meia-guarda do americano. Mantendo a calma, o americano conseguiu montar a guarda, e se protegia dos golpes no rosto, mostrando paciência. Mesmo por baixo, Condit conseguiu acertar alguns golpes fortes no rosto de St-Pierre, que evitava a escalada de guarda. No intervalo. Condit apresentava um corte no supercílio direito, fruto de uma cotovelada, que sangrava bastante.
No segundo round, Condit voltou mais agressivo, buscando chutes altos, mas St-Pierre não se intimidava, e contra-atacava com chutes, além de se manter à distância, evitando os golpes do americano. Mantendo o controle do centro do octógono, o canadense mostrava melhor controle da distância, e acertava alguns golpes de direita no supercílio ferido de Condit, minando sua resistência. A 2m07s do fim do round, um novo takedown levou Condit novamente ao chão, e, na meia-guarda, St-Pierre aproveitou para atacar ainda mais o local ferido. Condit tentava escalar a guarda, mas o canadense protegia com eficiência seu  braço de uma chave e, ao mesmo tempo, aplicava cotoveladas no rosto do americano, que estava cada vez mais castigado.
O panorama se manteve praticamente inalterado no início do terceiro round, até que um chute dado por Condit surpreendeu e derrubou St-Pierre. O americano aproveitou para atacar o canadense com cotoveladas no rosto que abalavam a resistência do canadense. Mesmo ferido, St-Pierre conseguiu um belo movimento, derrubando Condit e voltando a ficar por cima, mas já sem a mesma eficiência dos rounds anteriores. Condit aproveitava para tentar cotoveladas e se defendia dos socos desferidos pelo rival. A batalha se tornava épica, com os dois lutadores dando tudo o que podiam no octógono, para delírio do público, que aplaudia incessantemente os lutadores ao fim do round.

O quarto round trouxe Condit apostando nos chutes altos, como os que derrubaram St-Pierre no round anterior. O canadense não perdeu tempo e voltou a buscar a derrubada, com sucesso, levando a luta novamente para o chão. Com cotoveladas e socos por cima, St-Pierre dominava o americano e não dava chance para que a luta voltasse para o alto. O americano tentou um triângulo, mas St-Pierre defendeu, voltando a ficar por cima no chão. A 1m10s do fim do round, Condit conseguiu inverter a posição, mas o canadense reconquistou a posição, ficando por cima novamente. O americano não descansava, e buscava sair de baixo do rival, mas St-Pierre se mantinha concentrado, dominando o rund até o fim.
No quinto e último round, St-Pierre começou com uma combinação de gancho de esquerda e chute. respondida com um chute longo por Condit, que defendeu bem a tentativa de takedown do canadense para, em seguida, tentar aplicar um chute alto, sem sucesso. Os dois lutadores apresentavam alguns sinais de cansaço, mas não diminuíam o ritmo da luta. Condit tentava socos altos e chutes, enquanto St-Pierre, mais uma vez, levava a luta para o chão, ficando por cima, evitando que o americano tivesse espaço para aplicar golpes. A um minuto do fim, Condit cedeu as costas ao canadense, que tentou a finalização, mas acabou voltando para a guarda do americano e trocando golpes até o fim do combate, quando ambos se abraçaram, reconhecendo a grande luta que protagonizaram.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Cigano assina com marca de material esportivo que já patrocinava Anderson


Junior Cigano subiu ao mesmo patamar de Anderson Silva e Jon Jones, pelo menos no que diz respeito à marca que ele vestirá no caminho até o octógono daqui em diante. O campeão peso-pesado do Ultimate assinou contrato com a Nike e agora é patrocinado pela empresa de material esportivo. O anúncio oficial do que havia sido especulado pelo programa da TV americana "UFC Tonight" há duas semanas foi feito nesta segunda-feira:

- O Junior Cigano é um atleta de alto nível e contar com ele no time Nike é uma honra. As informações que recebemos dos atletas são o vetor da inovação na Nike. Um atleta de ponta nunca está satisfeito. Ele sempre quer mais: mais vitórias, mais títulos, produtos melhores. Essa é a energia que move a marca - disse Luís Alexandre, diretor de "Sports Marketing" da Nike no Brasil.
O próximo compromisso do catarinense radicado na Bahia é a revanche contra o americano Cain Velásquez no UFC 155, em 29 de dezembro. Ele tomou o cinturão do adversário exatamente um ano atrás, no dia 12 de novembro de 2011, em um evento realizado em Anaheim, nos EUA.